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terça-feira, 5 de abril de 2011

Projeto de qualificação profissional de jovens pode virar política pública de educação. A ideia é oriunda do terceiro setor e atualmente insere 60% dos participantes no mercado de trabalho.

Jovens de escolas públicas frequentam por 12 horas  semanais o núcleo educacional
(Divulgação)

Uma experiência inédita de qualificação profissional de jovens, vinda do terceiro setor, deve virar política pública de educação em breve. O Ceará foi escolhido, entre seis estados, para colocar o plano em prática.

O projeto que vai ser implantado pela Secretária de Educação do Estado (Seduc) é o Com.Domínio Digital, e nasceu em 2005 como uma iniciativa do Instituto Aliança, que é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip). O Instituto, que tem sede na Bahia, procurava expandir suas atuações na área de inserção de jovens no mercado de trabalho e criou uma experiência de sucesso no Ceará, que foi o primeiro Estado a ter o projeto implantado.
O projeto funciona assim: durante oito meses, jovens de 17 a 24 anos, oriundos de escola pública e com renda familiar de até dois salários mínimos, frequentam por 12 horas semanais um núcleo de educação, que fica dentro de uma escola pública do Estado. “Não é um cursinho de qualificação profissional qualquer e sim um redirecionamento na vida do jovem”, explica a diretora do Instituto Aliança, Adenil Vieira.

Nos primeiros meses de formação, educadores trabalham com o autoconhecimento e autoestima dos jovens. Depois, eles introduzem a relação com o mercado de trabalho e trabalham habilidades ligadas à informática e tecnologia da informação.

O índice de inserção desses jovens no mercado de trabalho é de 60%. No Ceará, o projeto se expandiu para o interior do Estado e tem média global de 45% de inserção. Adenil afirma que se olharmos apenas para Fortaleza, a porcentagem salta, e já chegou a 78%.

O Governo do Estado, por meio da Seduc, vai investir neste ano por volta de R$ 3 milhões no Com.Domínio Digital, e com isso, ser o responsável financeiro por 90% do projeto, que começou tendo investimento da iniciativa privada.

Andréa Rocha, coordenadora de educação profissional da Seduc, afirma que o processo de transferência dá os primeiros passos. “Esse processo está se iniciando. No segundo semestre faremos seminários com gestores e queremos validar a transferência. Uma política pública demora a ser aplicada”, explica Andréa.
A coordenadora ressalta que, ao transferir a experiência de um Instituto para o Governo, será necessário ampliar – e muito – o número de núcleos e escolas que irão receber os jovens e terá a obrigatoriedade de atender todos os alunos da rede pública que se encaixem nos pré-requisitos e quiserem participar do projeto.

ENTENDA A NOTÍCIA
Para a diretora do Com.Domínio Digital, a principal razão do projeto ter dado certo é o educador. As experiências anteriores são levadas em conta na contratação desses profissionais.

SAIBA MAIS
O projeto já formou 16 mil jovens em todo o Brasil. No Ceará, são 3.500
No ano passado, o Com.Domínio Digital tinha 25 núcleos que funcionam em escolas públicas cedidas pela Seduc e 75 educadores
Em 2011, são 34 núcleos e 105 educadores divididos em Fortaleza, Maracanaú, Pacatuba, Pacajús, Itapipoca, Pacoti, Redenção, Canindé, Santa Quitéria, Sobral, Camocim, São Benedito, Crateús, Tauá, Senador Pompreu, Quixadá, Jaguaribe, Russas, Limoeiro do Norte, Jaguaribe, Iguatu, Várzea Algre, Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha.

Mariana Penaforte
marianapenaforte@opovo.com.br

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